terça-feira, 30 de julho de 2019

Invisível.


Algum dia você se já imaginou, o que faria se estivesse invisível. Já deve ter criado inúmeros cenários, de como aproveitar. Chegou esse dia para mim. Nada é como imaginamos, e sem mais e menos, pode se surpreender. Era um dia como qualquer outro, me levanto, ainda sonolento vou lavar meu rosto. Como de rotina tomo meu demorado banho, como algo. Decido andar, apenas curtindo minha própria companhia. Saio de casa e ninguém percebe minha ausência. Ando em direção a um parque, apenas para relaxar. Durante o percurso vejo rostos, que passam por mim e mais uma vez sem ser notado.
Imerso em meus pensamentos, continuo a minha caminhada. Rostos e mais rostos, novamente nenhum deles se quer me vê. No decorrer dessa caminhada, percebo que não vejo mais mãos, e aos poucos, minha pele se tornando transparente até completamente desaparecer. Não me desespero.
Chego ao parque e resolvo me sentar ao pé de uma árvore. Ali fico, e resolvo descansar e passar o dia por ali. Está um dia cheio de sol, e eu tomado pela preguiça só quero admirar. Durante o decorrer vejo famílias passando, se divertindo por ali. Revejo velhos rostos conhecidos, alguns com famílias formadas, outros andando sozinhos, outros com rostos desconhecidos para mim. Penso:
"Dias, meses, anos se passam e aqueles que eram conhecidos algum, dia se tornaram desconhecidos. E de alguma forma, alguns tornam se invisíveis para outros." Estou invisível, adianta usar isso de outra forma, a não admirar a vida ao longe? Ver que cada pequeno detalhe, cada gesto, cada fala, cada briga, cada riso é tão importante para si e para que os cercam. É final de tarde quando resolvo voltar para casa, ao me levantar esbarro em alguém e tombo. Quando uma mão se estende, e ao tentar dar minha mão invisível, assim que se tocam, sinto cada veia, cada pulso e volto a ver meu corpo novamente. Abro um largo sorriso, quando vejo que estou sendo retribuído e ali segurando aquela mão, deixo de ser invisível.

Pesquisar este blog