segunda-feira, 10 de junho de 2019

A fita vermelha.

Sempre fui o tipo de pessoa que acreditei em destino. Parece bobo, imaturo e até insensato. Se você não acredita tudo bem, vou te entender e, tudo bem. Poderia te provar que nada nessa vida, é o acaso. Prefiro guardar essa sensação e essa certeza a mim. A dias que sinto, uma certa sensação de que algo acontecerá. Aquele não era um dia desses. Existe uma teoria que todos somos ligados por linhas invisíveis. E uma delas, é ligada a pessoa destinada a você. Se tivesse apenas uma chance de isso acontecer, acredita que o faria certo? Será que seria no tempo certo? Ou será que cortaríamos essa linha sem ao menos perceber? Desperto como um dia qualquer, pela fresta da janela, abro o olho demoradamente, vendo um céu azulado. Me ponho de pé e como é dia de folga, já me programo mentalmente o que farei com a ampulheta do tempo, que está esvaindo de mim. Ao contrario dos dias comuns, prefiro me arrumar e, sair pra comer algo fora de casa. Não é tão longe de casa, onde entro uma pequena conveniência de café. Ao entrar avisto mesas ocupadas, e sigo direto ao caixa. Havia apenas duas pessoas a minha frente , por uma pequena fração de segundos, derrubo algumas moedas. Quando algo acontece, um garoto pega as moedas do chão e me entrega sorridente. Por uma fração de segundos, o tempo para e é algo sem explicação acontece dentro de mim. Percebo uma nó vermelho e nele uma linha ligando o dedo mindinho dele ao meu? Quem é aquele que apenas um pequeno gesto, fez meu coração disparar? Sem fala, ele entregou as moedas em minha mão e nossas mãos se tocaram, por um breve milésimo, seu toque quente, fez meu coração ir à boca. Ele se pôs a ir embora, e eu fiquei estática. O que era essa linha? O que foi esse sentimento? Quando me dei por conta estava saindo da cafeteria para ver se o achava, mas havia sumido. Como pude ser tão estúpida e não falar nada? Já desanimada, me pus de volta para casa. No caminho recebo uma mensagem: Festa hoje! Passo na sua casa as 16:00!. Sabia que com aquela amiga, não existia a palavra não. Saia que eu iria com ela. Voltando em casa, pulo de tarefa em tarefa, sem nunca finalizar nenhuma, apenas com aquele rosto em minha mente. "Estúpida"- penso, como pude não ter feito nada? As horas, se arrastando como uma tartaruga, sendo uma tortura sem fim, dentro da minha mente. Quando chega o derradeiro horário para ir à festa e estou pronta, percebo que a linha vermelha presa ao meu dedo apareceu. A campainha toca, e ponho a encontrar minha amiga. Ao caminho do local da festa, percebo que o pequeno nó em meu dedo, esta ligada a uma linha e essa linha estava correspondendo ao caminho da festa. Ao chegar a linha quebra, mas o, no permanece no meu dedo, coração acelera, e sinto uma sensação estranha, percebo que estou ansiosa. Tento não demonstrar essa ansiedade mas, imposssivel não estar ansiosa ao entrar na casa. Cumprimento alguns conhecidos, converso um pouco, quando o vejo. Aquele garoto de hoje cedo, está ali e, o no vermelho está no dedo dele. Coração acelerado, frio na barriga e, ele deve me achar um idiota. Ele me vê, quando o vejo se levantando rapidamente, e segue em minha direção. Percebo que os conhecidos e minha amigas não estão mais próximos de mim. Ao chegar, ele se apresenta e começamos a conversar. A conversa flui de uma tal forma, como nunca havia acontecido na minha vida. Tive certeza, havia não apenas uma química como algo além de nós ali, naquele instante. A cada detalhe, a cada palavra, parecia que éramos como as últimas peças de um quebra cabeça se encaixando. Quando ele me convida para caminhar para ver o por do sol. Ao seguir a caminhada em direção ao solo, percebo que nossos mindinhos se tocam e como por uma mágica os pequenos nós de fita vermelha se entrelaçam em um só. Percebo ali, no agora que tinha encontrado, em uma crença popular, minha almagêmea. E seguimos em direção ao por de sol, de mãos dadas, não se importando com o amanhã, mas sabendo que ali, ambos tinham encontrado a mágica que muitos passam a vida buscando.

Pesquisar este blog