terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Espelhos




Acordo, em uma sala totalmente escura. Não consigo enxergar a um palmo. Estou assustado, não sei o que aconteceu, onde estou. A única certeza que estou coberto.
Me levanto e ao fazer isso uma luz se acende a minha frente. Nessa luz, vejo algo fixo na parede coberta, com uma espécie de pano escuro, me aproximo demoradamente, com um certo receio. O que deve ter atrás daquele pano? Fico disposto a frente do objeto e, por um impulso retiro o pano.
Estranho com o que vejo, ali está um espelho, em uma bela moldura dourada, dentro dele tem uma criança me encarando. Eis que a criança diz:
— Olá.
Toco o espelho, acreditando ser uma ilusão, mas só consigo sentir aquele vidro denso. As palavras que saem, sem ao menos pensar: — Olá, quem é você? A criança dispara a falar: — Por quê você me abandonou? Por quê me trancafiou? Por quê não quis mais conversar comigo? Estive o tempo todo ao seu lado, gritando, tentando sair desta prisão no qual fui colocado. Vi muitas de suas lágrimas , vi suas derrotas, assim como suas vitórias. Deixou acreditar em seus sonhos, sempre gritei contigo mas, nunca me ouvia. Por quê não me ouviu? Pelo simples fato, de ser uma criança e por isso tenho menos conhecimento que você ? Onde foram parar seus sonhos ? Tentei alerta-lo, te socorrer, te ajudar, mas mesmo assim, ainda fiquei preso. Mesmo com tudo isso, não importa o tempo que passe eu sempre estarei aqui. Algum dia, espero que me ajude a sair dessa prisão.
Quem é aquela criança? Como pode estar falando aquelas coisas? Continuo a observar a criança com lágrimas escorrendo pela sua face abaixa a cabeça. Me desespero, tento com toda força tirar a criança dali mas, não consigo de nenhuma forma.
A luz se apaga e escuto um estalo. Me em um susto e, a minha frente da mesma forma, está um pano e algo na parede, olho para trás e vejo apenas o espelho ali, sem a criança. O pano cai sozinho, dessa vez não está uma criança mas, sim uma bela mulher dentro do espelho, com vestimentas provantes,bem maquiada, ela diz: — Olá, garotão, venha até aqui. Com um sorriso sexy e penetrante. Caminho até ela e paro em sua frente, apenas deslizo o dedo pelo espelho e confirmo minhas suspeitas, não há nada que possa ser feito.
Então com ela a dizer, uma voz doce e convicta: — Olá garotão, lembra de mim? Aposto que não? Me manteve aqui neste lugar deprimente, sem vida. Ri de todas suas tentativas frustradas de relacionamento, tentei alerta-lo diversas vezes, apenas pensando em seu beneficio. Tentei alertar quando sabia que algo errado estava por vir, para te preparar. Deixo de acreditar em sua intuição ? Por quê deixou de lado, todos que te derma carinho e amor? Por quê não conversou mais? Por quê não se esforçou mais? Teve empatia por todos os corações destruídos? Ainda estou presa. Quando vai ouvir ouvir aquela pobre, doce criança? Até quando vai deixar de me ouvir? — a garota está chorando com sua maquiagem toda borrada e se afasta, sumindo no espelho. De alguma forma, aquelas palavras são com lâminas afiadas, sinto uma dor, e ela é real. O que está acontecendo ? Desesperado, grito a pleno pulmões ... Me sento e a tristeza toma conta do meu ser. Aquelas palavras são como explosões dentro de mim, machucam.
Vejo mais um espelho. Me aproximo, ainda com o sentimento de tristeza, transparecendo em meu rosto. Vejo um idoso, ele sorri assim que chego até ele. Com uma voz terna, amorosa e calam me diz: — Garoto, olhe-me , estou velho. Diferente dos outros não estou preso. Sou o que mais te acompanha nessa jornada, te vejo reclamar de tudo, nunca agradecer. Te vejo solitário, sem amor, sem carinho, sem amigo, e cada dias mais se prendendo a si mesmo. Percebo que está tendo consciência de onde está. Todos sempre te acompanharam, desde seu nascimento mas, só depende de você escolher a quem ouvir. Meu jovem posso ser o mais velho e reclamão, mas uma coisa lhe digo, tenho sabedoria e inteligência o suficiente para lhe dizer: nunca é tarde. Aprenda, ouça com atenção, lute por si, lute por quem você ama, lute pelo seus sonhos. Nunca tenha medo de se perder, como o hoje. Sempre que precisar estaremos aqui, não tenha vergonha de nos procurar. Aqui sempre será sua zona segura.Não posso te dar as respostas, mas podemos tentar lhe ajudar a encontra-las e se reerguer.Todos somos um e um somos todos.
Após seu discurso ele sorri e me vejo me em uma sala completamente branca com quatro espelhos. No qual está a criança a minha esquerda, a minha direita a mulher, a minha frente o velho, e um quarto espelho sem ninguém. Todos com um sorriso terno em seus rostos. O velho me aponta o ultimo espelho, e sigo em direção a ele. quado chego e vejo meu próprio reflexo. Ambos abrem um largo sorriso, e com olhos marejados o reflexo diz: —Procure dentro de si e, saberá quem és realmente.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Fase Céu - Capitulo 1 - O encontro.



Seguro com toda a força minha espada, essa lágrimas nunca acabam, desfiro o golpe, em um corte vertical, e ele defende, levantando a espada. O som das espadas se chocando, me fazem me voltar a aquele lugar, ao incio disto tudo.
Me vejo vejo sentado naquele MALDITO café, que a muito tempo não ia,mas sempre foi meu favorito.
Era um dia de verão, sento-me em meu lugar de sempre, ao canto, me proporcionando visão periférica do ambiente.
Pego o cardápio, e hoje sinto a necessidade de pedir algo diferente. Ouço uma voz a minha frente:
- Olá, boa tarde o que senhor deseja?
Abaixo o cardápio,e levanto meu olhar,e me deparo com aquele sorriso,não é um sorriso comum,é um sorriso largo,limpo, quase angelical,e por um momento fico desnorteado, e logo peço:
- Um cappuccino com caramelo.
Ela anota meu pedido,e se retira,mas o que nela está me fazendo suar as mãos,me sinto apavorado. pela simples presença dela.O que acontece, é a primeira vez que a vejo,e por quê me sinto tão intimidado?
Meu Cappuccino chega, e sim é ela que me entrega, sorrio para ela,e verifico o nome dela em seu crachá, com a escrita Yasmin.
Pego a xícara e aprecio o sabor do cappuccino aos  poucos, a mente divagando. O que é esse sentimento, essa necessidade,de querer conversar com ela, tudo isso por um sorriso ? Não é isso, sinto algo mais profundo, apenas sinto.
A observo de longe, atendendo os clientes, andando de um lado a outro, e sinto um sorriso bobo em meu rosto. Termino de beber,e aceno para ela, quanto mais ela se aproxima mais sinto minha mão suar, e lhe peço:
- A conta por favor. - e sorrio
Yasmin me responde, com um largo sorriso:
- Olha senhor, esse fica por minha conta, mas isto é um segredo entre nós tudo bem? O pessoal me disse que o senhor costuma vir frenquentemente, sou nova por aqui, e espero que conversemos mais viu?!
Me entrega um papel, e sai. Abro o papel amassado com os seguintes dizeres:
" Estou sendo anti profissional,mas espero realmente conversar contigo, ai está meu telefone." E com um pequena careta piscando.
Me levanto e saio calmamente do café,chego a porta, coloco meus óculos de sol,olho para o céu azul,e de um azul ao meu mais bonito de quando entrei, e escancaro um sorriso estupidamente bobo, e sigo em direção a minha casa.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Soldado de chumbo.


Madrugada chega.
O quarto de uma doce garota é banhado e iluminado pela luz do luar, transformando naquele pequeno espaço, em lugar mágico.
Brinquedos ganham vida e saem de seus respectivos lugares.
Um lugar onde festejam, se divertem .
E ali , naquele lugar que vive o pequeno soldado de chumbo.
Mais um dia se passa, e o pequeno solado olha a estante próxima a janela, quando a vê. A doce e meiga bailarina, de uma uma beleza surreal.
Descendo graciosamente de seu pequeno palco, onde durante o percorrer do dia, dança para a sua para a doce dona. E eu simples solados, fico a observar.
Todos os dias, aguardo ansiosamente pela madrugada, apenas para vê-la sob aquela luz do luar e me sinto realizado.
Durante o dia, vivo preso nessa garrafa de vidro, tenso a certeza de ser apenas um ser comum. Jamais uma bailarina tão doce, gentil gostaria de interagir com um simples soldado.
Ao chegar ao lugar onde nos reunimos todas as noites,desvio o olhar ao vê-la e, mais uma vez me vejo preso em meus pensamentos: " queria ao menos ter coragem, ser sincero comigo mesmo e com o sentimento que sinto em relação a ela ". Sempre sou tomado por todo meu nervosismo ao falar com ela, o medo de não ser correspondido, a vontade de protege-la, a ansiedade de ouvir sua voz e o anseio de estar em sua presença me domina.
Ao chegar todos a rodeiam, parecendo com uma rainha por onde passa. O brilho ao redor dela é quase palpável, com um sorriso terno, sempre se preocupando a ouvir e estar ali com cada um de nós. Amável ao ouvir cada história, cada palavra.
Abraça o urso triste, estende a mão ao a pequena marionete, beijada ao rosto pelo minerador depois de um dia exaustivo de trabalho, concede uma dança ao xerife.
Desço,confiante: "hoje terei a coragem suficiente para falar o que sinto!".Me aproximo lentamente e, os brinquedos como todas as noites fazem um círculo, para mais uma vez ouvir estória que sempre nos contava. Sento-me-eme mais afastado, para assim não ser notado.
A história é sobre um corajoso cavaleiro, que passa pelos mais diversos perigos e obstáculos, para conseguir encontrar a pessoa amada.
As horas passam e, está próximo do amanhecer. Todos começam a voltar aos seus lugares e mais uma vez o soldado de chumbo não teve coragem de se abrir.
Volto ao meu lugar, mais um dia frustrado e triste. Será que algum dia terei coragem? O medo de não ser correspondido,a rejeição me paralisa. Como gostaria de me tornar, como assim na história contada, ser como o cavaleiro, me tornar corajoso, sendo sincero com o que sinto em relação a ela.
Volto a minha posição e fico até o amanhecer.
… A bailarina sempre a ultima a subir ao seu lugar o palco, fica a olhar os brinquedos irem embora um a um, quando avista o pequeno soldado, voltando a sua garrafa,sem ao menos se aproximar dela.
Voltando a sua caixinha, lança um olhar amoroso e melancólico, olhando em direção ao soldadinho de chumbo. Quando pensa mais uma vez: “ Gostaria de conversar e, conhecer mais sobre aquele soldado. Ser sincera com ele que sempre o observei mas, me falta coragem. E se não for correspondida, tenho receio … ”.
A bailarina retorna a sua posição, triste, por mais uma vez não ter tido a coragem de ser sincera com ele.
Os primeiros raios de sol entram no quarto e todos estão em seus lugares para mais um dia.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Querida Fotografia.



E mais uma vez, me pego com a maldita fotografia.
Aquele aperto ao peito me vem.
Não é um dia especial mas a pego, apenas mais um dia comum. Aquela fotografia que sempre me proporcionou refúgio, dessa vez sem sucesso. Dentro de mim um turbilhão de pensamentos me vem a mente ao me jogar na cama. Levanto aquela fotografia de bons tempos e a encaro.
O que é este sentimento? Dor? Saudade? Felicidade? Talvez, apenas seja um misto de todos esses sentimentos. Um sorriso melancólico se abre, enquanto o rosto se umedece através dos olhos.
No fundo, sei a verdade por trás, daquela sensação agridoce, o reviver aquele instante, com tudo que estava sentindo.
Duvido que nunca se pegou querendo reviver, uma viagem? Quem sabe talvez uma festa, ou quem sabe um amor. Não importa,esta fotografia, que é simplesmente uma doce lembrança e, consegue fazer este turbilhão aqui dentro.
Olho, por segundos, minutos e até por horas, desejando uma máquina no tempo, para reviver tudo aquilo novamente. As companhias que já partiram, reviver os amores avassaladores, reviver o agora, reviver a vida.
Sem perceber estou com uma máquina do tempo em minhas mãos. Me faz revisitar aquele momento, revivendo cada segundo, cada detalhe, cada aroma, cada palavra dita, cada sentimento sentindo naquele instante. A máquina do tempo existe e, está em minhas mãos, penso em cada detalhe, cada sorriso, cada sentimento, vivido naquele instante.
Infelizmente, no decorrer do caminho, muitos se separam, seguindo seu próprio destino, mas não antes de deixar uma marca em nossa alma... Isto é apenas a vida nua e crua ... A marca deixada, é algo inexplicável, apenas pode ser sentida.
Te odeio maldita foto, por me deixar dessa forma... Deixo a fotografia ao lado, levanto e vou até a janela e ali permaneço, refletindo por algum tempo, envolvido em meus próprios pensamentos. Uma leve brisa acolhe meu rosto, me sento tocado e protegido.
Me viro, me volto para aquela maldita fotografia e um pensamento me vem: " Não importa , olhe para a foto, não é isso que você busca? Este momento já se foi, se sinta grato por ao menos o ter vivido. Quer os ter de volta ? Infelizmente, não ocorrerá. Qual a sua espera para fazer novos momentos como este? "
Deixo a fotografia de lado, pego o telefone, digito certo número, quando escuto do outro lado:
- Alô.
Ainda com o rosto molhado de lágrimas, penso: "Obrigado, querida fotografia por me salvar, de me ajudar com esse orgulho e, me salvar dessa imensa solidão".


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Dia Vazio



Acordo, como de costume, Há algo de incomum, neste dia. Levanto certa expectativa, Que sua companhia irá me acompanhar, por esse dia um tanto quanto incomum. Não temos temos tempo a perder, é hora de encarar a maturidade. As horas vão se arrastando e, com ele floresce e cresce gradativamente o anseio. Te mando um pequeno sinal,
Aquele que foi sempre o nosso sinal. Apenas sinto aquilo que nos move: Esperança. Esperança que estarei ao seu lado, Esperança que nada mudou, Esperança que não ficou o ressentimento, Esperança que não ficou o sofrimento, Esperança que me doei por inteiro.
Esperança que exista um futuro prospero.
Nesta tarde sem cor e sem vida,
Nesta tarde vazia, Os artifícios de um coração cheio, A cada batida, com ela um pedaço se vai.
As artimanhas de uma mente, pregando a ilusão,
Que és uma mensagem sua,
Uma ligação,
Ou você em minha porta.
O acelerar do batimento de um coração apaixonado, com a ilusão de que és tu em minha porta.
Minha única companhia és um fantasma.
A diversão não parece minha companheira.
Luto contra o fantasma, com enredos na cabeça, músicas, conversas, fugindo, daquela prisão. Droga! …
Tudo parece em vão.
Me pego envolto em vocês, em meus pensamentos.
É fatigante, essa luta a estar bem.
Tento me convencer que tudo ficará bem.
Aos poucos vou deixando aflorar essas ondas de sentimentos. Essa solidão me confunde, me deixando a cada instante mais inquieto.
Tudo que vai, sempre leva consigo um pedacinho de mim.
A única convicção: o amor sempre existiu.
O tempo se esvai, como areia de nossas mãos.
A quem devemos culpar por tudo isso?
O estresse ?
A falta de dialogo?
A crise financeira?
O amor ?
Nós ?
Ou apenas a mim ?
Ontem eu te amei, hoje te amo, o amanhã só saberei o vivendo. Me faço uma promessa.
E com ela vou seguindo e vivendo por estes dias vazios...

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A Última Tormenta - Prólogo



Aqui que tudo termina! Aqui, nesse deserto. Nunca pensei que chegaria a esse ponto. Vamos acabar com essa guerra, que vem sido travada. Caminho vagarosamente em direção a eles, estou com roupas confortáveis, afinal vou precisar da máxima velocidade nesse combate. Parece que o fim do mundo chegou, e sobramos só nós. Me pego, voltando para o início de tudo isso, aquele dia de primavera, aquela tarde Aqueles cabelos contra a brisa, aquele maldito sorriso Volto a mim, preciso me concentrar, preciso de toda a atenção aqui! Avisto uma pequena dura e lá estão eles ao topo. Avisto de 8 pessoas, todos estão com túnicas longas, que ficam contra ao vento, todos encapuzados. Ao centro eu sei quem me espera. Desembainho minha espada e a empunho com toda minha força, como por um impulso, corro em direção a ele. Chegando próximo o suficiente Salto em direção, desferindo um golpe, descendo a lâmina com toda minha força. Como um reflexo, vejo que se choca com outra lâmina esse golpe ele está segurando sem esforço nenhum a espada e, vejo por debaixo do capuz um largo sorriso. As outras pessoas se deslocaram e assistem aquele inicio de embate com exceção de uma que se mantém ao lado. Ao tocar o chão, vejo que a pessoa ao lado, retira o capuz, e ali está,cabelos longos pretos ao vento e, aquele maldito sorriso! Com olhos marejados, só tenho um pensamento em mente, isso acaba hoje!

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